Em 1965/1966 no governo de Magalhães Pinto, a COHAB (Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais) inaugura o seu primeiro conjunto habitacional destinado a famílias de baixa renda. Nascia então, o Vale do Jatobá.
Em maio de 1978, um grupo de senhoras desse bairro, que participava das atividades assistenciais da Paróquia São Dimas com o apoio do Frei Antonio Vicente (Frei Toninho), iniciou sob a coordenação da estagiária de psicologia, Sônia Luiza Lage, do Centro Integrado de Atendimento ao Menor / FEBEM local, uma pesquisa sobre as necessidades da comunidade. Sônia desenvolvia um trabalho de artesanato e teatro com as crianças da comunidade no horário em que elas não estavam na escola.
No dia 05 de novembro de 1978, foi oficializado este grupo de mães com o nome de Associação Feminina do Vale do Jatobá, assim integrado: Selma Maria Gomes, presidente, Terezinha de Abreu Souza, Vice-presidente, Áurea Dionísia Hasanas, 1ª secretária, Sandra Maria de Souza, 2ª secretária, Dalvina Moreira Vasconcelos, 1ª tesoureira e Maria Lourdes dos Santos 2ª tesoureira.
A iniciativa de criação de uma creche não foi consensual no bairro Vale do Jatobá. Alguns alegaram que a construção deveria ser de responsabilidade do governo; outros achavam que a creche iria incentivar a mãe solteira a ter mais filhos, mas, apesar da existência de posições contrárias e do desconhecimento sobre a creche por parte do grupo de mulheres o desafio estava colocado - “a gente nem tinha na cabeça o que era uma creche”.
O grupo de senhoras composto por D. Nega, D. Terezinha e D. Diva, mobilizaram-se em torno dos problemas observados nas constantes visitas às favelas e vilas vizinhas. Nessas visitas, o grupo constantemente via o abandono de crianças durante a ausência da mãe para o trabalho. Sensibilizaram a comunidade para aquisição de um local onde poderiam abrigar os filhos das mães que trabalhavam. Efetuavam campanhas de arrecadação de alimentos e roupas usadas a serem distribuídas entre a população mais carente.
Com o objetivo de arrecadar fundos para o aluguel de uma casa para abrigar estas crianças, o grupo de senhoras, juntamente com o pároco, realizaram vários eventos como: campanhas de arrecadação de donativos, chás beneficentes, bazares, forrós e muitas festas. Procuram alguns órgãos públicos como, por exemplo, LBA e FEBEM, que mais tarde quando a creche já estava funcionando, a FEBEM (1º convênio) forneceu verba para pagar duas monitoras e uma cozinheira e as outras funções eram desempenhadas por voluntários e dependiam da sensibilidade da comunidade.
A creche foi batizada com o nome de “Casinha da Vovó” no dia 5 de fevereiro de 1979 em uma reunião, onde estava presente frei Toninho, um dos fundadores da instituição. No mesmo dia Dona Selma Maria, Dona Terezinha, Dona Negra e Sandra foram entrevistadas pala rádio “Jornal de Minas”. A escolha do nome “Casinha da Vovó”, buscava relacionar a creche a um lugar afetuoso para a criança, “normalmente um segundo lugar para ela, vovó geralmente costuma deixar a criança à vontade, às vezes, fazer o que quer “brincar””.
Com o dinheiro arrecadado dos eventos e com a ajuda de uma entidade chamada Santo Antônio, foi alugada uma casa, com pequeno espaço e precárias instalações que iniciou o atendimento com 15 crianças de 2 a 6 anos no dia 18 de março e no dia seguinte oficializou-se a sua fundação. A creche se localizava na Av. Perimetral, próximo da atual Praça da Ecologia. A Associação Santo Antônio assumiu o pagamento do aluguel da casa por um ano. D. Nega, D. Terezinha e D. Diva foram as primeiras funcionárias sem registro da nova creche. Em 1980, Maria Nazaré, Patrícia Maria, Soraia Maria, Ana Maria, Maria de Fátima, Marly dos Santos, Cleuza Geralda e Elzi de Assis, foram as primeiras funcionárias registradas com recursos da FEBEM e da Associação Frei Toninho. Mas, infelizmente, devido às dificuldades financeiras, houve a necessidade de dar baixa nos registros trabalhista. Mesmo assim, a creche continuava a funcionar com o trabalho voluntário, doações, eventos e precários convênios com o poder público.
Por indicação do Frei Toninho, da Igreja Católica São Dimas do Vale do Jatobá, foram feitas visitas em algumas creches para colher experiências. Neste processo, o grupo recebeu o apoio da Escola Particular Maternal Balão Vermelho, que desenvolvia um trabalho educativo com as crianças, cadastrava os familiares, além de fornecer brinquedos e material pedagógico. Como o número de crianças aumentou consideravelmente de 15 crianças inscritas para 27, a casa onde funcionava a creche, não comportou a demanda. No final de 1980, com dois anos de funcionamento a creche Casinha da Vovó foi transferida da casa alugada para o prédio do Conselho Comunitário, onde permaneceu por três anos. Em 1979, com a morte súbita de Frei Toninho, acidente de carro, seus amigos criaram a “Associação Frei Toninho”, que pretendia dar continuidade aos primeiros passos para a construção de uma sede própria para a creche, que era um dos antigos sonhos do Frei essa associação, retomou o contato feito com a COHAB/MG para obter a doação do terreno que se deu em julho de 1980 e passaram a assumir o processo de luta pelo financiamento da obra, que foi realizada entre 1981 a 1984 com capacidade de atender 100 crianças.·.
Estes amigos de Frei Toninho: Sr. Luis Antônio R. Liberato Silva, Sr. Mauro Lúcio S. Silva (ambos falecidos), Sra. Maria de Fátima Gouveia, Sr.º José Antônio da Cunha Melo e Sr.º José Marcio concretizaram um de seus sonhos, construindo assim o prédio onde atualmente está funcionando a creche, Rua César Docorso Filho nº 104, Vale do Jatobá.
De 1981 iniciaram-se as discussões para elaboração do 1º estatuto da creche, sendo este concluído em agosto de 1984. O 1º regimento interno foi concluído em dezembro do mesmo ano. A instituição foi declarada de utilidade pública municipal em junho de 1985 e neste mesmo ano foi registrada no Conselho Nacional de Assistência Social.
Em 1983, a instituição recebeu a primeira parcela da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH), onde foi feito um acerto de três meses para seis funcionários. O número de crianças conveniadas com a PBH passou para 45 em 1984, ano em que a creche conseguiu convênio com o SERVAS para 16 crianças. Em 22 de fevereiro de 1985, a creche mudou para sua sede definitiva passando atender 80 crianças e foi reconhecida como creche modelo de Belo Horizonte pela prefeitura da Cidade. Também neste ano, recebeu a visita de Dona Risoleta Neves, esposa do ex. presidente do Brasil Tancredo Neves.
Em 1987, a creche foi conveniada com o Fundo Cristão para Crianças, nessa época a creche já atendia crianças até 14 anos. Neste ano que a creche começou a ter férias coletivas.
Em abril de 1990, a creche ficou fechada por duas semanas, por absoluta falta de recursos, devido aos constantes atrasos dos recursos repassados pelos convênios. “Era reflexo das medidas econômicas e, praticamente ninguém contribuiu com a creche”, segundo Rosália Alves Barcelos – Presidente.
Em 1991, a creche conseguiu regularizar a situação dos funcionários; assinando as carteiras de trabalho de todos, depois de seis meses, não pôde continuar arcando com os encargos sociais, foi dado baixa aos registros, fazendo o acerto com todos os funcionários. Os funcionários continuaram trabalhando sem registro em carteira. A creche continuou sua busca para regularizar a situação trabalhista de seus funcionários dando andamento na documentação. Em 1992 conseguiu convênio a Fundação de Clube de Dirigentes Lojista (CDL). Em 1996 a creche conseguiu ser declarada de utilidade pública estadual e certificada pelo Conselho Nacional de Assistência Social como entidade de fins filantrópicos, ano em que contatou duas funcionárias com registro em carteira. A partir desta data, os novos funcionários também foram contratados com registro em carteira. Em 1998 a instituição foi declarada de utilidade pública federal, conseguindo assim a isenção patronal pelo INSS em julho. Neste mês todos os outros funcionários foram definitivamente registrados. Nesta época, já não tinha mais os convênios com o Fundo Cristão Para Crianças e SERVAS.
Os recursos do convênio da LBA foram repassados para o governo do Estado em 1996, através da Secretária do Estado de Trabalho e Assistência Social da Criança e Adolescente - SETASCAD, este mesmo recurso foi para Fundo Municipal da Assistência Social - FMAS em 2003, ano em que foi encerrado o convênio com a FCDL. Em 2008 este recurso foi encerrado, devido à implantação da Lei do FUNDEB. O convênio com os recursos exclusivos do município passou a ser gerenciado definitivamente pela Secretaria Municipal de Educação – SMED em 01 de janeiro de 2002.
A creche avançou em seu objetivo inicial, que era somente de dar abrigo para as crianças que ficavam soltas pelas ruas do bairro ou sozinhas em casa. Além dos cuidados de alimentação e proteção, a creche procura propiciar um espaço onde as crianças possam desenvolver-se de forma integral, considerando aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, complementando a ação da família e da comunidade.
O avanço da creche Casinha da Vovó foi além do registro da carteira profissional, pois atentou para as outras dimensões que repercutem no dia-a-dia, no trabalho dos profissionais da creche.
Em fevereiro de 2004, o presidente Sr. Nelson do conselho comunitário Assis Chateaubriand fez o pedido para creche Casinha da Vovó para ser mantenedora da escolinha por 6 meses assinado o convênio com a Secretaria Municipal de Educação. Dessa forma, a partir de 01 de abril de 2004, a Creche Casinha da Vovó tornou-se mantenedora do Conselho Comunitário Assis Chateaubriand até 15 de abril de 2007, de forma que o Conselho conseguiu organizar seus documentos necessários para entrar no chamamento público da PBH.
Em 2005 a presidente era Nilza Matilde Costa Xavier da creche, apresenta o projeto da reforma da creche feito pelo Dr. Celso para os membros da Associação Frei Toninho. A diretoria da Associação Frei Toninho disse que aprovam o projeto somente depois de aceito pela prefeitura de Belo Horizonte. O mesmo foi encaminhado aos órgãos públicos, novembro de 2006 o projeto foi aprovado. A reforma da creche se deu em 3 etapas, iniciando em 2007 até 2009 .
A creche e muito procurada pela comunidade e possui lista de espera por vaga muito longa, essa demanda fez com que os gestores cogitarem a idéia de ampliar o atendimento, podendo assim atender mais crianças de famílias moradoras dos bairros da região. Em 2012 aprece uma oportunidade de compra de uma casa no valor de 120,000,00 (cento e vinte mil reais), na Rua José Leão atrás da creche, cujo imóvel foi adquirido no dia 10 de fevereiro de 2013.
Em 2013, por iniciativa da Associação Comunitária Frei Toninho, inicia-se o processo de transferência da propriedade do imóvel para o nome da Creche Casinha da Vovó junto à doadora do terreno COHAB-MG.
Em outubro de 2015 foi aprovada a proposta de convênio a ser celebrado com a Secretaria do Estado de Minas Gerais de Governo SEGOV MG com objetivo de comprar um automóvel viabilizando os trabalhos administrativos externos da instituição. No dia 02 de fevereiro de 2016 foi realizada a compra de um automóvel modelo popular, 0 km, Fiat Pálio cor preta,
Em 16 de setembro de 2016 a Associação Frei Toninho faz a doação do prédio para creche Casinha da Vovó, e os trâmites legais da documentação ficaram a cargo da creche.
O imóvel adquirido pela instituição era um lote pequeno com uma casa em mal estado de conservação, foi realizado pequenos reparos e alugada por um tempo revertendo o aluguel para creche ajudando nas despesas da mesma, cuja experiência foi muito trabalhosa com relação a inquilinos e também a casa precisava de mais reformas, não compensava fazer porque era uma construção muito antiga. Para fazer a ampliação da creche, o espaço foi estudado por arquitetos e engenheiros e concluíram que não valeria a pena investir neste imóvel, mesmo demolindo a casa para construção nova, o espaço era muito pequeno. A diretoria em comum acordo resolveu vender o imóvel. Neste período surge a oportunidade de outro lote de 695m², localizado na rua Dr. Francisco da Silveira, 216 Bairro Petrópolis. Tudo que a creche precisava. A diretoria fez uma proposta ao proprietário de dar o imóvel da creche como parte de pagamento. O Proprietário aceitou a proposta da creche e foi realizada a compra deste imóvel.
No dia 5 de junho de 2018, deu-se início a construção da nova Creche Casinha da Vovó Filial, o sonho vai se tornando realidade.
Em 23 de maio de 2019, Sirley (coordenadora pedagógica) recebe um telefonema de Beatriz da SMED DEIN ( Diretora da Educação Infantil, Secretaria Municipal de Educação) dizendo que precisava muito da ajuda da creche, e precisava de uma reunião em caráter emergencial e sigilosa referente a Escolinha Comunitária Assis Chateaubriand, devido a ingerência administrativa do gestor com o repasse do convênio de parceria com PBH. Beatriz disse que precisa de ajuda emergencial, solicitando que a creche atendesse pelo menos 3 turmas de crianças pequenas de forma improvisada, porque a Prefeitura estava cancelando o contrato com Assis chateaubriand. A partir desse momento Hédia (coordenadora Administrativa) disse que sabia de uma casa para alugar e que a mesma já até havia sido alugada pela prefeitura para escola integrada. Beatriz disse que teria que transferir 108 crianças do Assis chateaubriand. Pediu para Hédia olhar essa casa e se era possível alugar e contratar equipe de funcionários. Beatriz solicitou a equipe pedagógica da Dire Barreiro que convocasse os pais das crianças da Escolinha para uma assembléia no dia 27 de maio e colocando todos cientes da situação que estavam vivendo. Os pais que quiserem terão vaga prioritária para seus filhos no novo espaço. Hédia mobilizou todos os funcionários e diretoria da Creche Casinha da Vovó a abraçar essa causa. Agilizou-se todos os tramites legais para alugar o imóvel, reorganizou todo o espaço físico, equipou com materialidade, contratou funcionários, preencheu todas as fichas de matriculas das crianças transferidas, neste curto espaço de tempo. No dia 3 de julho de 2019 deu-se inicio o atendimento das crianças na creche Casinha da Vovó Filial com as presenças de Beatriz (SMED), Mônica Freitas acompanhante pedagógica da Dire Barreiro, Rui Ferraz Gerente Dire Barreiro, Hédia Resende Coordenadora Administrativa da Creche, Sirley Pimenta coordenadora pedagógica CCV Matriz, Arly coordenadora pedagógica CCV Filial, todos os funcionários.
As famílias foram recebidas com muitas alegrias, cartazes de boas vindas, kit alimentação. A primeira criança que chegou à creche filial foi David Almeida de Jesus Silva, juntamente com sua avó Ana Maria.
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